« Desde o dia em que abrimos os olhos e vemos o rosto da nossa mãe, acho que o coração, por assim dizer, deixa de nos pertencer. É um chato que nos comove. É um traidor. É um independente. É um inquilino. »



In my place, in my place, were lines that I couldn't change

E disse a si mesma, vezes sem conta, que não voltaria atrás. Qual o pior erro: o medo de descobrir a verdade ou a cobardia de fugir. Nem sequer os consideraria erros...
Porque é que desta vez ela não se sente diferente? Porque é que a(s) consequência(s), agora, parecem não compensar o(s) acto(s)? E porque será que, ainda por breves instantes, sentiu na pele a tentação de olhar para trás?
Envolta em sentimentos tão iguais e repetitivos, tentava agora encontrar outro alguém que lhe pudesse porporcionar novas sensações... e sinceramente a ela tão pouco lhe interessava se bons ou maus seriam estes distúrbios mentais. Era esta procura que a despertava, era como se o coração a cada desvendar batesse com mais vigor e frequência.
E qual seria a ética em acabar com a própria vida? Por isso, ela apenas garantiu, com todas as forças, a auto-sobrevivência. Bons métodos? Cada um saberá qual o melhor fim e se esse compensará, de verdade, os métodos postos em prática.
Nesse mesmo dia, conseguiu alcançar um estado de graça que ainda não tinha conhecido... ainda hoje tenta encontrar uma palavra para defini-lo. Não consegue. Em breves linhas: e se quando eu quiser voltar ao início já me tiver esquecido da simplicidade de como é sentir.
Ela não arriscou parar, não conseguiu viver com a tentativa, ainda que despropositada, de suicídio. Preferiu a segurança da descoberta, nunca foi muito de arriscar a sua própria vida... é mais de brincar com a dos outros, mas sempre no limite da loucura sem magoar, no fundo.

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