« Desde o dia em que abrimos os olhos e vemos o rosto da nossa mãe, acho que o coração, por assim dizer, deixa de nos pertencer. É um chato que nos comove. É um traidor. É um independente. É um inquilino. »



Como candeias sem luz


Ó castelos moiros, armas e tesoiros
Quem vos escondeu
Ó laranjas de oiro que ventos de agoiro
Vos apodreceu

Há choros, ganidos, à luz das cavernas
Onde as bruxas moram
Onde as bruxas dançam, quando os mochos amam
E as pedras choram

Caravelas, caravelas
Mortas sob as estrelas
Como candeias sem luz
Os padres da inquisição
Fazendo dos vossos mastros
Oa braços da nossa cruz
Caravelas

As bruxas dançam de roda
Entre o visco dos morcegos
Dançam de roda raspando
As unhas podres de tojo
Na noite morta do fogo
Como num tambor de ronjo.


Xácara das Bruxas Dançando, Carlos de Oliveira

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