
Agarrou-se a ela como se fosse a última vez, a última oportunidade. E apertou-a com força, como se por momentos tivesse perdido a noção da intensidade sensorial. Mas por momentos ele deixou-se levar pela sensação de vazio e de ausência que iria sentir à mesma hora do dia seguinte... Despediram-se, as suas almas despediram-se naquele momento, sem que dessem por isso. E ele via passar à sua frente, naquela noite, todas as vontades satisfeitas, todos os sorrisos descontrolados, todas os olhares calados, e todas as possibilidades disfarçadas. Pela primeira vez na vida sentiu medo, medo da distância dela. Adormeceu segredando-lhe ao ouvido, e durante essa noite, sem se aperceber, repetiu vezes sem conta ao ouvido dela esse segredo. E acordaram mais apaixonados do que podiam imaginar.
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