« Desde o dia em que abrimos os olhos e vemos o rosto da nossa mãe, acho que o coração, por assim dizer, deixa de nos pertencer. É um chato que nos comove. É um traidor. É um independente. É um inquilino. »



Imperfeições


Queria ser capaz de acordar tarde para não ter de acordar cedo. Queria ser capaz de dizer que sim só para não ter de dizer não. Queria ser capaz de ter a destreza e habilidade para escrever sem apagar para não ter de usar tantas vezes a tecla DEL.

Somos sempre menos do que na crua e dura existência. Prefiro chorar do que rir. Prefiro observar do que envolver. Prefiro a distância do que a atracção.

A julgar pelo que me rodeia posso considerar que consegui o que sempre quis. Acabo sentada a olhar para o chão de pedras, à sombra. A julgar pelos que me rodeiam posso considerar que consegui o que sempre quis. Acabo sentada a contar quantas pedras fazem um carreiro.

Sinceramente, e na maior das frontalidades qual a finalidade de queremos ser amados, queridos e desejados se mais tarde ou mais cedo vamos magoar, vamos perturbar, vamos rasgar páginas e páginas de amor prometido... É díficil, muito díficil. É difícil perceber como se arrisca de tal forma tão arriscada, porque não vamos sair como os mais lesados, para alguma coisa se criam carapaças. Vamos ser maus, os piores, porque constuímos o perigo na inocência e ingeniudade. Quero acreditar que assim é.

O papel do maquiavelismo acaba sempre por cair bem em mim. Não cresci e pensar noutra coisa. Não cresci a pensar noutra coisa, noutra coisa senão a de fugir. Diz quem não me conhece que é impossível de dizer verdade ou falso. Diz quem me conhece que é verdade, essa a de fugir. E já não é mau, pensando que nem uns nem outros dizem verdade.

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