Vícios

São os efeitos desejáveis ou indesejáveis de ver o diário de Bridget Jones.
Fã incondicional de uma trintona desbocada e desajeitada que procura desesperadamente mudar a sua vida do avesso, a partir do momento em que conclui que os homens são intragáveis. Ao fim ao cabo todos acabam por se apaixonar por esta criatura inoportunamente feliz.
Com uma tendência nata para as fantasias, consegue demover o espectador até um mundo de riso inesperado e consegue mesmo causar uma espécie de 'quero ser como tu, Bridget'. Sim, porque não se consegue esconder uma admiração inconsiente em relação à pureza e simplicidade da personagem, aos actos espontâneos e quase sempre de natureza ofensiva, à insensibilidade amorosa e ao consequente arrependimento sádico, e ainda ao facto de conseguir manter alimentado um conjunto de folhas de carácter intimo e supostamente intrasmissível que dá pelo nome de DIÁRIO.

Mark Darcy: What on Earth are you doing?
Bridget Jones: Getting dressed.
Mark Darcy: Why're you dancing around in that tent business?
Bridget Jones: Because I don´t want you to see any of my wobbly bits.
Mark Darcy: Well now that's a bit pointless isn't it. As i happend to have a very high regard for your wobbly bits. In all circumstances.
Bridget Jones: Really?
Mark Darcy: Absolutely. I think it's high time we had another look.

Bridget Jones é a personagem principal, em torno da qual tudo gira (assim nos ensinaram na disciplina de Língua Portuguesa), e ainda que as peripécias amorosas passem para um segundo plano, não conseguimos descolar de prever o final, ou pelo menos de torcer pelo sucesso de um dos amantes de Jones. Jones é uma mulher completamente comum, talvez demais, não sabe onde fica a alemanha, está a tentar construir uma carreira de sucesso no jornalismo e ainda tem o terrível vício de fumar (entre muitas outras coisas, é claro!). No fim, sabe a pouco.